Existencialismo Cristão
Walmir dos Santos Monteiro (USS)
Martha de Souza e Silva Santos
(USS)
Natalia Domes Gonçalves
(USS)
Apesar de ser tratado
muitas vezes na literatura como uma filosofia materialista, bastante
pessimista e atéia, o existencialismo possui teóricos que formam uma corrente
existencialista cristã, como Kierkegaard, Unamuno, Tillich e Marcel, entre
outros. É importante conhecer e divulgar o existencialismo cristão. Soren Kierkegaard (1813-1855) argumentou
que o maior paradoxo do universo é a união transcendente entre Deus e o homem,
que supera todas as normas morais e sociais. As escolhas independentes que uma
pessoa faz constitui a sua existência. Cada pessoa sofre a angústia da
indecisão até que dê um "salto de fé", e comprometa-se com uma
escolha particular, que é confrontada com a responsabilidade de saber sua
própria vontade, e com o fato de que devemos assumir nossas próprias escolhas
para que vivamos autenticamente. A obra de Miguel de Unamuno (1884-1936) revela
a influência da teologia protestante e a preocupação com os problemas do
indivíduo enquanto ser limitado. Reflete que as limitações provocam a
frustração do eu em sua ânsia de ser tudo sem deixar de ser ele mesmo. Para Paul
Tillich (1886-1965) a Teologia é existencial (existência real), pois indaga
o sentido do ser e seu fundamento supremo: indaga sobre Deus. Existir implica a
“coragem de ser”, na qual o homem se afirma, a despeito de todo impedimento e reconhece
que impedimentos fazem parte do ser, mas o ato de coragem, que é mais
essencial, prevalece sobre o que é menos essencial. A coragem de ser nos
impulsiona para além dos obstáculos que a existência nos coloca. E é assim que enfrentamos o vazio, o nada, o
não-ser. Em Karl Jaspers (1883-1969) compreendemos que Deus está “além do
domínio da ciência e do domínio da existência”, manifestando-se a nós
principalmente através das “situações-limites” que nos levam a encontrar
soluções além dos limites existenciais. Há situações onde nossa finitude nos
impede de “andar” e começamos a trilhar em um terreno transcendente, além da
existência. Para tocá-lo precisamos de fé, pois somente assim conseguimos sair
do mundano, da existência limitada. Gabriel Marcel (1889-1973) toma situações
concretas como as relações entre mim e outro, a representação de uma cena
passada ou de uma cena à distancia, a esperança, fazendo uma análise
fenomenológica aprofundada. Considerou o Ter não como exterior ao Ser, mas como
constituinte de uma maneira de existir. Assim, a sublimação do Ter em Ser é
possível modificando-se a maneira de existir. A tese fundamental do pensamento
de Marcel consiste na ideia de que existir é ter em conta o mistério, o
transcendente.
Palavras-chave:
existencialismo cristão; filosofia existencial,
cristianismo.
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