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domingo, 31 de janeiro de 2010

Modernidade líquida de Bauman e Internet

Para Zygmunt Bauman, estamos presenciando a acelerada “liquefação” das estruturas e instituições sociais. A modernidade anterior, “sólida” regida por laços estáveis e estruturas sociais verticalizadas, dá lugar a uma modernidade “líquida”, onde as estruturas e os laços sociais não conseguem se manter por muito tempo; são fluidos, instáveis, mais efêmeros e menos duradouros. Nessa sociedade, nada permanece, nada é certo ou definitivo: pessoas de destaque são relegadas ao anonimato, novidades se tornam velhas e descartáveis, grandes empresas e corporações vão à falência ou são engolidas por outras mais poderosas, carreiras promissoras desaparecem de uma hora para outra, softwares caríssimos se tornam obsoletos e são substituídos por outros em pouco tempo.
Se na era industrial, as relações amorosas tinham o ideal de serem eternas, os casamentos eram para a vida toda, hoje, na globalização, um relacionamento amoroso é como qualquer outro produto: é facilmente descartado quando não se está mais satisfeito com ele. Ao mesmo tempo em que o homem se sente aliviado pela quebra da rigidez dos vínculos, sente-se também angustiado porque não encontra mais a suposta segurança de que antes dispunha.
Bauman acredita que, ante a fragilidade dos relacionamentos, as pessoas estão privilegiando a quantidade ao invés da qualidade. Assim, multiplicam-se e acumulam-se relacionamentos, buscando-se a salvação nas redes, “cuja vantagem sobre os laços fortes e apertados é tornarem igualmente fácil conectar-se e desconectar-se", como no Orkut.
Há muitas vantagens, entre elas, que no mundo todo, protestos têm sido organizados através da Internet, reunindo milhares de pessoas. Um exemplo é a Petição pró-células-tronco embrionárias, assinada por mais de 100 mil internautas. Acreditamos que a tecnologia pode ser boa ou ruim, o que vai definir será o uso feito dela.
(Jorge Forbes)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

FENOMENOLOGIA DA INVEJA
Adriana Tanese
A inveja é a cobiça do ser, como a ganância é a cobiça do ter. Pessoas gananciosas agarram tudo o que encontram, buscam arrancar a fatia maior do bolo. São movidas por uma força cega e pouco se importam em quem pisam para conseguir o que querem. Seu desejo é obeso. A angústia que precisam aplacar internamente é muito grande, pois neste vazio existencial jogam tudo quanto é possível para acalmar seu deus voraz.
Agora, a inveja é diferente e menos escandalosa, porém mais perigosa. Seu alvo não é o que os outros têm, mas o que os outros são. O invejoso, que não tem personalidade própria mas vive de luz refletida, está encantado pelo outro. A pessoa que suscita sua inveja possui qualidades psicológicas que o atraem, literalmente, o fascinam. Isso poderia gerar uma relação positiva, de complementariedade, troca e amizade. Ou de mestre-discípulo, dependendo da situação. Mas o invejoso, em lugar disso, nega o fascínio que sente e busca sujar a imagem do outro.
Por que ele faz isso? Porque se sente ameaçado. Como o invejoso se coloca muito abaixo da pessoa cuja personalidade admira, ele sequer cogita ser como ela (do seu jeito). No final das contas, o invejoso tem uma autoestima baixíssima, ele mesmo se coloca fora do jogo. Eliminando a possibilidade de jogar, nada lhe resta a não ser tentar estragar o jogo dos outros.
E aqui começa a tristeza. O invejoso não vai declarar o que sente. Inveja é um sentimento do qual se tem vergonha. E também ele não pode reconhecer os valores que vê no outro, a não ser de forma superficial, fingida, como alguém que constata que o céu é azul e que há uma árvore no parque. Reconhece sem valorizar. E só quando for realmente necessário.
Fora os casos em que circunstâncias infortuitas da vida tornam impossível avançar e a pessoa tem mais talentos daqueles que consegue expressar, o problema do invejoso contumaz é que ele simplesmente não têm condições psicológicas para alcançar outros níveis. Falta-lhe estrutura psíquica e cultural porque, infelizmente, esse tipo de pessoa não quer se dar ao trabalho real de chegar onde sonha. Quer ela seja preguiçosa, quer prefira manipular os outros ou enfim seja totalmente incapaz, o fato é que há uma triste e fatal discrepância entre o que deseja e o que é.
Para começar qualquer trabalho de aprendizado, desde estudar matemática ou iniciar uma terapia, a pessoa precisa reconhecer que não sabe, que há algo que ela não sabe e quer ou precisa descobrir. E aí começa o rolo: o invejoso se dá o luxo de ser tão orgulhoso a ponto de não poder enfrentar suas próprias lacunas, as quais desta forma nunca poderá preencher.
Assim, preso num círculo vicioso, ao invejoso só resta tentar solapar a pessoa que desperta sua inveja. E fará isso de forma sutil, esdrúxula e "o mais por baixo dos panos possível". De maneira escondida e camuflada, exatamente como seu real sentimento é.
O meio mais usado é a difamação. O invejoso mente e torce a verdade, começando por sua própria percepção das coisas. De fato, o trabalho de difamação e solapamento do outro se instaura dentro da própria psique do invejoso antes de alcançar o outro. Ele enxerga as coisas de forma distorcida e acredita tanto no que vê que quando comenta com os demais parece sincero, e pior, parece uma vítima.
O invejoso é, portanto, um fingido. Ele sufocou a tal ponto seu real sentir que está “convencido” do que fala. E precisa fazer isso, pois poucos aguentariam simplesmente reconhecer sua própria inveja e agir mal. Quem se percebe é a pessoa consciente que se trabalha. Esta não vai prejudicar a vida de ninguém. Sofre em silêncio. Agora, o invejoso real cria uma bola de neve venenosa e apetitosa que fará rolar impiedosamente sobre o objeto de sua inveja com o intuito é eliminá-lo do território.
Finalizando, a inveja maléfica é o sinal de um coração obscurecido pela vontade de poder.


"AMBICIONAR É QUERER TER. INVEJAR É, ALÉM DE QUERER TER, QUERER QUE O OUTRO NÃO TENHA".
(Zuenir Ventura)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

NIETZSCHE - ECCE HOMO




              A filosofia em cada etapa histórica revela alguma personagem que se torna um marco divisório, como o foram Sócrates, Descartes, Kant, Heidegger e Nietzsche. Este último um verdadeiro divisor de águas na filosofia, embora certa vez Heidegger o tenha identificado  como “o último dos filósofos metafísicos”, atribuindo a si mesmo  a titulação de “primeiro filósofo não-metafísico” da história da filosofia ocidental.
                          Em outubro de 1888, ao completar 44 anos de idade, Friedrich Nietzsche resolveu fazer um balanço de sua vida escrevendo Ecce Hhomo, um dos mais belos livros de filosofia na língua alemã.
                        Ecce Homo é sobretudo uma confissão dos seus conflitos e uma síntese inestimável da sua obra.
                            Este grande pensador, um dos mais influentes entre os chamados filósofos modernos, fala de suas paixões, influências, e de como surgiram suas obras. Fala também do seu modo de vida e dos seus objetivos - uma original e desconcertante introdução a si mesmo.
                    Curiosamente, algumas semanas após Nietzsche sofre  a perda completa da razão,ficando Ecce Homo como a sua  última palavra enquanto filósofo, psicólogo e "anticristo".
                     Eu recomendo.





sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Como vai você?


         COMO VAI VOCÊ? 
(o papel da psicoterapia em sua vida) 
Walmir Monteiro
           
          Nossa existência se realiza como arte, ela mesma é sua história e sua arte; de sua significação resultam as escolhas que regem o futuro. Constatamos que precisamos de coragem, paciência, ousadia e também prudência, além de cuidado e determinação, mas nem sempre conseguimos sozinhos enfrentar os desafios da vida, e a psicoterapia entra exatamente nesse espaço em que se por um lado nos convencemos de que temos que fazer algo pelo nosso viver, por outro nem sempre o podemos sozinhos. Olhando profunda e atentamente para dentro de si você detecta importantes necessidades não atendidas, revelando, afinal, que depois de alguns desejos seguidos de ilusões e decepções – pode ter restado o desânimo de crer, de buscar, de sustentar a esperança de que as coisas possam se modificar.
E a terapia é o tratamento que – entre outras coisas – busca transformar a desesperança em energia de busca, pois a vida - tal qual se vive rotineiramente - nada mais é que uma tentativa de viver da maneira mais “normal” possível, desconsiderando a importância da pessoa em seu aspecto particular e existencial. E, afinal, nossa maior tarefa não é mudar fora, mas dentro de nós, e esse "dentro de nós" nada mais é que a maneira decidida ou indecisa com que visamos o mundo diante de nós
 Mesmo os problemas crescendo externamente, a verdadeira mudança começa internamente, na maneira como encaramos as situações e como nos permitimos ser por elas influenciados. Mesmo que não possamos mudar imediatamente os fatos, podemos mudar a nossa visão dos fatos, alterando nossa maneira de encarar os conflitos, para que eles não nos tornem pessoas amargas e infelizes.
Contudo, é preciso saber como operar essa mudança para que não nos tornemos pessoas problemáticas, mas que possamos crescer amadurecer e até mesmo inverter os resultados que as situações negativas nos trazem. Refletindo mais profundamente acerca da sua vida e das suas possibilidades, certamente você aceitará que não é preciso sofrer tanto para seguir a vida em frente. O que falta talvez seja a experiência de olhar todos os acontecimentos da vida como complementares. Ainda que negativos, úteis. Ainda que dolorosos, suportáveis. Ainda que tristes, plenos de possibilidades. E talvez, este seu momento te leve a dizer: “Eu apenas queria ter um pouco de paz, segurança, tranquilidade...” Mas, veja: independente de estar triste, deprimido, angustiado, sofrendo decepções ou com medo de arriscar algo, é sempre possível você reagir e superar, sustentando a possibilidade de transformar sua vivência dolorosa em experiência de crescimento.
O exercício do ofício de psicoterapeuta tem me mostrado que uma das maiores possibilidades da terapia é permitir a descoberta de novos e decisivos horizontes de vida. Uma descoberta interessante já que se refere a coisas que já nos compõem.  
Bem-vindo, pois, à psicoterapia. Um tratamento que visa restaurar equilíbrio e bem-estar, possibilitando que a pessoa se afine consigo mesma e com os seus melhores objetivos de vida.


Contato com o autor:
Psicólogo Walmir Monteiro - monteiro.walmir@gmail.com


Relação Terapêutica



RELAÇÃO TERAPÊUTICA
(Walmir Monteiro)

Lugar acolhedor e inquietante, que aceita, mas desafia. Vivência reflexiva e dinâmica, que indaga, mas mobiliza. Encontro perfeito que respeita a imperfeição, feito não só de acertos, mas também de intenção. Momento mágico, porém sem ilusão. Sintonia clara que preza diferenças. Liberdade à fantasia, bem-vinda realidade.
Translucidez perene que admite opacidade. De um lado uma pessoa, de outro lado outra. Cumplicidade total, mas total autenticidade. Sem superioridade de saber, de poder ou qualquer coisa. Que nos separe, divirja, diferencie ou remova
a necessária condição de iguais construtores de um mesmo projeto no qual atuamos
Cientes que a vida - bem único, urgente e precioso, demanda de nós – e isso ao mesmo tempo: paciência, coragem, sabedoria e alento.
E assim estamos combinados: cada qual do seu lado, mas sempre lado a lado.
Cada um no seu papel, desejando ser fiel à sabedoria que diz:
Ser terapeuta ou cliente apenas nos torna na vida mais um aprendiz.


Contato com o autor? monteiro.walmir@gmail.com

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Obras de autoria de Walmir Monteiro, psicólogo.

Os livros abaixo podem ser adquiridos no site www.bookess.com
Para conhecer a obra basta clicar no link que leva ao site da editora, logo abaixo da capa.


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Contato com o autor pelo email: monteiro.walmir@gmail.com